A VI Volta ao Algarve em Automóvel- Algarve Rally 1976- Como era vista num jornal regional da época.


A Volta ao Algarve em Automóvel/ Rali do Algarve foi já anteriormente tema aqui neste blogue, desta vez regresso a esta prova na sua edição de 1976 por ter encontrado no periódico Correio do Sul de 28 de Outubro do mesmo ano a notícia a anunciar que começaria no Sábado dia 30 de Outubro pelas 9h em frente ao Casino de Vilamoura. Esta VI edição da Volta, já subtitulada Algarve Rally revestia-se de interesse por estar a ser seguida por observadores da Federação Internacional do Automóvel, vindos do Mónaco para monitorizar a prova tendo em vista a sua futura integração no campeonato Europeu de Ralis o que de facto aconteceu logo no ano seguinte. Ainda não contava para o calendário internacional, mas em 1976 já estavam inscritos alguns pilotos de outras nacionalidades que buscavam ganhar rodagem e desenvolver as suas máquinas aqui no Algarve, que foi ganhando estatuto pela exigência dos troços de terra. Contando para o Campeonato Nacional de Rallyes e para o Regional Promoção- Zona Norte e Sul e constando no Calendário Desportivo Internacional, como vimos desvinculado ainda de campeonato ou troféu, esta edição atraiu especialmente os pilotos nacionais que ao longo das 25 provas classificativas faziam pouco menos de 220 km, se somarmos as ligações e percursos não classificativos a quilometragem superava os 1000 km. O vencedor desta edição foi Mário Silva, navegado por José Nobre num Datsun 240Z, nesta mesma “Volta” despontou também um dos nomes maiores do automobilismo no Algarve, José Inverno Amaral que obteve um excelente 2º lugar também num Datsun, mas desta vez no modelo 1200. Regressando à notícia publicada no jornal dirigido por Mário Lyster Franco, na sua edição nº 2971 é destacada a inscrição até então recorde de 50 equipas concorrentes. A tecnologia da época era também tema de destaque na peça, assim como a mediatização da prova junto da imprensa, como (…)telefones, alguns ligados directamente às redacções de jornais (…), é também falada a utilização de meios informáticos, de circuitos internos de televisão e videotape entre outra tecnologia, isto tudo em meados dos anos 70, o que demonstra a aposta da direcção da prova na sua ascensão ao campeonato europeu. A cronometragem estava a cargo da reputada Omega, já recorrendo às células foto-eléctricas, o que segundo a mensagem veiculada pelo Gabinete de Imprensa e Relações Públicas do Algarve Rally, transmitida no Correio do Sul seria a (…) sólida garantia de que os tempos a fornecer aos computadores sairão correctos. A Força Aérea disponibilizou também um helicóptero para acompanhar a primeira etapa da prova.
A meteorologia para aquele fim de semana de corridas afigurava-se favorável e o bom tempo permitiu às equipas treinar e reconhecer o terreno sem dificuldades, mas vaticinava-se que se a situação se alterasse as coisas poderiam complicar bastante, especialmente nos troços da Torralta e Casais onde, neste último, poderia mesmo ter que ocorrer uma neutralização da prova.
Numa altura em que os país ainda recuperava de diversas convulsões, ainda se vivia com o cenário de crise petrolífera e o desporto automóvel não chegava tão facilmente à população como actualmente, quer por falta de estruturas como as hoje existentes, como o número bem mais reduzido de provas, a Volta ou Algarve Rally, era como aparece no Correio do Sul a grande Festa do Algarve em automóvel, que o Racal Clube sedeado em Silves proporcionava ao público que acorria aos troços.

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