Bem que podia ser ficção...
Há já vários anos privado da função para o qual foi criado, o Cine-Teatro Silvense, encontra-se actualmente esquecido pela população e pelos órgãos de gestão autárquica e decerto é já cobiçado por muitos como um belo lote de terreno. O que me levou a escrever este texto foi a chamada de atenção para a situação deste edíficio, pelo qual passamos todos os dias, e a eminência do seu desaparecimento em: Os Dias que nem sequer contam.
Construído em finais dos anos 50/ inícios dos anos 60 e inaugurado, salvo erro, em 1961, este prédio urbano é dos poucos exemplares existentes de arquitectura daquela década na cidade, como bem frisou António Baeta Oliveira no texto atrás citado. A população para além de privada das sessões cinematográficas que moviam muita gente semanalmente àquele Cinema, agora vê-se obrigada a ter que ir a Portimão ou Albufeira para visionar e desfrutar desta Arte que é o Cinema, espaço este que servia ao mesmo tempo como ponto de encontro de amigos e familiares aos fins de semana. Logo o acesso à Cultura e o consequente Enriquecimento Cultural do espectador é limitado pela inexistência de um espaço de espectáculos aberto pelo menos semanalmente, isto para quem não tem possibilidades ou facilidade de sair de Silves e parecendo que não ainda deve ser muita gente...
O usufruto de um espaço arquitectónico de carácter público, que vem referenciado na lista da Ordem dos Arquitectos para Edifícios do Século XX de interesse arquitectónico(http://www.iapxx.pt/) , assim como no inventário da Delegação regional do Algarve do Ministério da Cultura é assim vedado e quiçá mais ano menos ano forçosamente apagado das nossas memórias através da sua demolição. Seria óptimo que fosse feita, à semelhança do que aconteceu com o Cine-Teatro Louletano, a aquisição do edifício em favor do munícipio para posterior uso cultural. O interesse cultural deste edifício sobrepõe-se (ou devia...) a interesses económicos e a sua reabertura seria uma dádiva para os cidadãos Silvenses que a pouco e pouco têm vindo a procurar conteúdos culturais noutros concelhos.
Foto Retirada de: http://radix.cultalg.pt/visualizar.html?contexto=30&id=8064
Comentários
Confesso que tenho saudades de pagar 100 escudos por uma ida ao cinema. Para os moradores do Concelho de Silves ir ao cinema torna-se numa grande despesa: gasolina + bilhete + comida (quiçá).
O edíficio do cinema é lindissímo e acho que com umas obras de restauro e nova decoração seria o suficiente para dar nova alma ao espaço, às pessoas e à cidade.
Que renasça o Cinema em Silves, por favor!
Obrigado pela referência, pelo link e pelos esclarecimentos que prestaste a propósito de mais um edifício marcado pela incúria, nesta cidade culturalmente martirizada.
Um abraço.
Foi construído no período do Estado Novo e servia de cinema, de sala de conferências, etc..
É pena que muitos destes espaços estejam assim em risco de desaparecerem!
É preciso mobilizar e informar a opinião pública, e orgãos competentes de protecção e defesa do património, para que os nossos edifícios e a sua memória não desaparecam de vez!
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