Falhas na Promoção Cultural do Concelho.

Ao consultar o sítio oficial da Câmara Municipal de Silves na Internet, vendo as suas várias secções em busca de novidades deparei-me com uma situação que acho inadmissível e desrespeitosa para com as várias freguesias que compõem o concelho de Silves.

A sub-secção Monumentos, contida no interior da secção Cultura, apresenta apenas património edificado e arqueológico situado no casco urbano da cidade de Silves e suas cercanias como é o caso da arruinada igreja de S. Pedro. Agora questiono, o que é feito do conjunto menírico de Gregórios/Velarinha, das várias igrejas e ermidas de São Marcos da Serra, Pêra, Alcantarilha ou S. B. Messines, os vestígios da Fortaleza de Armação de Pêra, entre muitos outros?

Sendo a Câmara Municipal de Silves o órgão político com maiores responsabilidades para com o concelho e que deve zelar pela divulgação do seu Património Cultural, esta situação devia ser revista quanto antes, pois o número de monumentos apresentados para além de estar restrito à cidade de Silves, não revela nem sequer um terço das potencialidades a nível do património cultural do concelho, subvalorizando desta forma as restantes freguesias.

A promoção cultural de todo o concelho vê-se assim comprometida e muito incompleta abrindo pouco os horizontes ao internauta que quer saber mais sobre este. As entradas devem ser também acompanhadas de imagens que elucidem o visitante do que se trata e aguce a sua curiosidade para que concretize uma visita real ao sítio. As bases de dados, disponíveis na Internet, do IGESPAR e do IHRU podem ser uma boa base de trabalho para a actualização e enriquecimento da lista de monumentos do concelho.

Não podemos pensar apenas nos visitantes a nível turístico, mas também nos estudantes do concelho que poderiam ter no site da Câmara Municipal de Silves um bom ponto de partida para o desenvolvimento de trabalhos nas disciplinas de História e História da Arte, quanto mais não fosse para “reconhecimento de terreno”, saber o que realmente há no concelho e uma breve descrição acompanhada de imagens, como é possível ver nalguns sítios da Internet, como por exemplo, o do Município de Grândola entre muitos outros.

Aguardo com expectativa uma melhoria neste campo de modo a que todos conheçam o potencial do concelho e que se faça jus ao slogan “Silves, Uma história interminável”.

Comentários

Anónimo disse…
Sou Licenciada em Turismo e em Marketing Turistico e é com muita pena que verifico que toda uma herança é esquecida em prol de um turismo de sol e praia que nada tras de novo a não ser o maior desgaste dos recursos naturais do Algarve. Temos um concelho tão rico em termos de patrimonio material e imaterial que em tanto poderia contribuir para um reduzir de assemetrias que existem no concelho do Algarve que prejudicam em tanto o interior da nossa região. Normalmente o Turismo, criação de uma sociedade capitalista industrial, tem em grande preocupação os interesses economicos e é, com grande tristeza que a preservação daquilo que nos é intreseco é esquecido e menosprezado. Falta-nos uma identidade colectiva, falta-nos a capacidade de identificar este patrimonio como nosso.Acredito que só quando formos capaz de olhar e orgulharmo-nos de termos como nosso um patrimonio tão rico seremos capaz de protege-lo e de promove-lo.

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